Dor, amor, solidão e tristeza, os ingredientes básicos da saudade.
Um dia você acorda com um trilhão de planos e cria mais um trilhão e meio de expectativas, desmarca os compromissos inadiáveis, afinal hoje vai ser “o dia”. Logo no café da manhã, você não consegue comer, de tanta ansiedade, seu pensamento esta a mil.
Esta tudo combinado, vamos nos ver.
Passa na cabeleira, na manicure, pedicure, faz aquela limpeza de pele, liga no melhor restaurante e faz sua reserva, o que pode dar errado, foi tudo conversado.
Corre pra casa, vare a casa, lava a louça, dá aquele arrumadinha básica...
Como é viciada no email, corre no computador e vê se tem algum email, e tem, vários, todos emails marketing, porém nada “daquele email”, dá uma checada no celular pra confirmar se por acaso a tão esperada ligação foi recebida, mesmo tendo a certeza que não, afinal passou o dia segurando o celular.
Toma um banho caprichado, quando recebe um sms “Me desculpe, hoje não vai dar, amanhã, prometo. Sinto muito sua falta”... Seu mundo junto com tudo que você construiu vai ao chão.
Respira fundo, e volta pro banho, tentando não pensar, mas como você não é feita de pedra, a primeira lágrima teima em querer descer, você luta com todas as forças contra ela, mas ela vence trazendo muitas amiguinhas.
Você finalmente sai do banho, liga no restaurante e desmarca a reserva com a desculpa mais esfarrapada.
Pega seu querido celular e faz a tão temida ligação e pronto, neste exato momento você perde a razão (segundo ele), afinal, você não teve paciência de esperar, não conseguiu compreender o momento difícil, e mais um monte de blá blá blá.
Pra compensar sua correria desnecessária, você termina "o dia" comendo uma bacia de pipoca e tomando um balde de refrigerante regado pelo sabor das lágrimas.
Esta é a pior parte da saudade (ou da expectativa?)!
Luciana de Souza
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