Ontem era Dezembro, na minha
cabeça tinha estipulado um prazo final, os dias foram passando e com a
esperança de uma mudança fui confiando e esperando que logo tudo estaria
mudado, e seria apenas mais uma lembrança.
Tenho que admitir que
confiei em cada gesto e detalhe, mas algo bem pequeno na sua expressão me levou
ainda mais no passado, um si, em um tom bem superficial de ameaça, e o si
aconteceu, e tudo outra vez não passou de mais uma decisão adiada.
Hoje terminamos o ¼ do ano e
nada mudou. Vejo pessoas com colete salva vidas e que sabem nadar sendo
atendidas antes de mim, e eu ainda na água me debato a espera por socorro.
Admito que todo o meu corpo
dói, tenho a impressão que mesmo que continue a me debatar, a qualquer hora
posso morrer afogada, e ali mesmo serei esquecida sem qualquer honra ou
reconhecimento.
Queria ter aprendido a nadar,
queria saber remar, queria dizer vou a direita e seguir nesta direção, mas
mantenho acessa a esperança por um dia melhor, do que me adiantaria seguir em
frete se passaria o resto da vida olhando pra trás?
Um sábio disse: “Aonde
estiver o seu tesouro, ali estará o seu coração” e por isso eu afirmo, eu quero
o meu coração sempre grudado em mim, pois mesmo que esteja na agua me debatendo
se conseguir alcançar as suas mãos sentirei segurança e só assim saberei o
sabor da verdadeira liberdade.

Luciana de Souza
Imagem: daqui
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